Venda de veículos importados cresceu 127,7% em 2023, totalizando 41.501 unidades

Em dezembro passado, filiadas à Abeifa registraram licenciamento de 8.349 unidades, das quais 5.508 unidades importadas | Foto: Divulgação

A venda de veículos importados totalizou 41.501 unidades em 2023, alta de cresceu 127,7% em relação às 18.224 unidades emplacadas em 2022. Os dados são da Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa). A produção local, no entanto, apresentou queda de 20,9% no período (1.927 unidades contra 2.436 veículos em 2022).

A compra antecipada de híbridos e de elétricos, a partir do anúncio da majoração da alíquota do imposto de importação, em 10 de novembro de 2023, impactou fortemente nos dados de desempenho das filiadas à Abeifa em dezembro último, com licenciamento de 8.349 unidades, das quais 5.508 unidades importadas e 318 veículos de produção nacional. Comparadas ao desempenho de dezembro de 2022, as vendas cresceram 281,2%: 8.349 unidades contra 2.190 veículos emplacados.

Ao considerar somente as unidades importadas, dados de licenciamento em dezembro mostram crescimento de 45,8% ante novembro último e de 282,4% em relação a dezembro de 2022, enquanto a produção nacional, com 318 emplacamentos, registrou alta de 133,8% ante as vendas de novembro (155 unidades) e aumento de 253,3% se comparados ao mês de dezembro de 2022 (90). Com esse desempenho de dezembro, o acumulado do ano, de importados e produção nacional, com 43.428 unidades, mostra alta de 110,2%.

Na avaliação do presidente da Abeifa, João Henrique Garbin de Oliveira, “os dados de desempenho de vendas de nossas associadas mostram a imediata reação dos consumidores brasileiros, ao antecipar as compras de veículos híbridos e elétricos, cuja incidência de imposto de importação passou a valer a partir de 2 de janeiro. Na realidade, o início desse movimento se deu na sequência ao anúncio da volta do imposto aos elétricos e aumento aos híbridos, em 10 de novembro, com alíquotas escalonadas até julho de 2026, quando chegarão ao limite de 35%”, observa. 

Aumento do imposto de importação pune o setor, diz Abeifa

Presidente da Abeifa, João Henrique Garbin de Oliveira, revela que algumas empresas não repassarão a incidência das novas alíquotas do imposto de importação aos atuais estoques | Foto: Divulgação

Em comunicado à imprensa, no dia 10 de novembro de 2023, a Abeifa ponderou que “a proposição de aplicação imediata (janeiro de 2024) da nova política de alíquota do imposto de importação para veículos elétricos e híbridos, ainda que faseada até julho de 2026, até 35%, é por demais punitiva ao nosso setor, em especial quando as associadas já estruturaram seu planejamento estratégico/comercial para o próximo ano, além de ter produção em andamento em suas matrizes, unidades em trânsito por via marítima e até compromissos já firmados com as redes autorizadas de concessionárias para os primeiros meses do ano vindouro”.

Mesmo assim, de acordo com o presidente da Abeifa, “algumas empresas filiadas já anteciparam que não repassarão a incidência das novas alíquotas do imposto de importação aos atuais estoques em território brasileiro e outras vão repassar parcialmente”. Com isso, argumenta João Oliveira, “a entidade mantém seu compromisso de atuar fortemente no processo de descarbonização da frota brasileira e contribuir para o projeto de neoindustrialização do País, bases da inovação, da sustentabilidade e do fortalecimento do mercado interno, com geração de emprego e de renda, propostas pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços”.

Em dezembro último, com 8.349 unidades licenciadas (importados + produção nacional), a participação das associadas à Abeifa foi de 3,5% do mercado total de carros e comerciais leves (236.582 unidades). No acumulado do ano, a participação das associadas à entidade é de 2%.

Ainda segundo o presidente da entidade, “os importadores contribuíram (e contribuem) efetivamente com a modernização da frota brasileira, com a introdução de novas tecnologias e inovação com veículos eletrificados, trazendo perspectivas de colocar o Brasil no cenário internacional da mobilidade descarbonizada, além de possibilidade clara de instalação de novas unidades produtivas no País”.