Renovado aos 60: Ford Mustang 2024 dá show de desempenho e tecnologia; confira o vídeo do teste na pista
O Ford Mustang acaba de completar 60 anos e chega renovado ao Brasil. Além de mudanças visuais, o esportivo recebeu um cockpit tecnológico, inspirado em caças a jato. Confira o deste deste icônico muscle car no Velopark, no Rio Grande do Sul.
A 7ª geração do Mustang desembarcou no Brasil em março de 2024. A versão única GT Performance é vendida por R$ 529 mil. Nas ruas, o novo Mustang chama muito a atenção, não apenas pelo visual esportivo, mas pelo ronco grave do motor. É um carro que arranca sorrisos tanto de crianças quanto de adultos.
O carro passou por uma intervenção cirúrgica bastante significativa. Na frente, são novos os faróis full LED, com esses três conjuntos ópticos individuais, a grade e as entradas de ar no capô. A inspiração veio do Mustang original dos anos 60. Atrás, são novas as lanternas de três barras e o aerofólio, que aliás ficou muito irado! Lembram que o Mustang Mach 1 não tinha esse aerofólio? Era muito menor, muito mais discreto e integrado à tampa traseira.
As rodas aro 19” também têm novo desenho e deixam visíveis os freios de alta performance Brembo. Na frente, são calçadas com pneus 255/40. Na traseira, são bastante largos, na medida 275/40. A unidade enviada pela montadora para o tradicional teste de uma semana é na cor cinza Torres. É muito bonita, mas particularmente prefiro o vermelho Arizona, que valoriza ainda mais este esportivo.
Cockpit inspirado em caças
O cockpit também foi redesenhado e é o mais moderno da história do Mustang. Segundo a Ford, o visual foi inspirado em caças de combate. À primeira vista, chama a atenção a tela digital de grandes proporções, que na verdade é formada por duas telas. A da esquerda é a do painel de instrumentos, com 12,4”, e a da direita é a do multimídia Sync 4, com 13,2” e uma ótima conectividade. Ambas têm um encaixe perfeito e por isso parecem uma só.
O cluster é configurável e permite acessar sistemas de assistência à condução, como o de Permanência e Centralização de Faixa. O modelo também vem com Alerta de Colisão Frontal e Assistente de Frenagem Autônoma com Detecção de Pedestres e Ciclistas, além de 7 air bags.
O volante de base reta também é novo e conta com aquecimento. Do lado esquerdo, traz os comandos para acionar o Piloto Automático Adaptativo com a função Stop and Go. Quando está ativo, esse sistema freia e acelera o Mustang conforme o carro da frente.
Bancos traseiros são apertados
Atrás, não sei nem porque há bancos, pois só cabem crianças ou Hobbits, aqueles personagens de baixa estatura do filme O Senhor dos Anéis. Brincadeiras à parte, o espaço para as pernas é mínimo e pessoas com mais de 1,50 m encostam a cabeça no teto, ficando com o pescoço curvado. O Mustang é um 2+2, mas na realidade o espaço é bastante apertado para quem tentar ir atrás. Aliás, isso é bem comum em esportivos dessa categoria.
O porta-malas surpreende pelo bom tamanho, levando 382 litros. O carro tem 4,81 m de comprimento e uma frente grande, exigindo atenção nas manobras. Já o entre-eixos é de 2,72 m, enquanto a largura totaliza 1,96 m e, a altura, 1,40 m.
Freio de mão eletrônico
Apesar de ter o visual de um freio de mão tradicional, o sistema do novo Mustang é eletrônico. Quando é puxado para cima, ele não tem o peso do sistema por cabo, é bastante leve. Esse sistema Drift Brake acionado pelo freio de mão é uma das novidades desta 7ª geração, permitindo fazer manobras controladas, o popular drift. Quando o carro é acelerado, o freio é automaticamente desacionado. Tem ainda o Line Lock, para queimar muita fumaça no burn out, e que já estava disponível na geração anterior.
O imponente som do V8 5.0
O botão mais legal do Mustang é, sem dúvida, o que liga o motor. Um ronco forte e grave invade a cabine, mesmo sem pisar no acelerador. E quando o pedal direito é pressionado, tudo fica ainda mais bacana! Mas e quem mora em apartamento, como fica? A engenharia lembrou disso e colocou um modo Bom Vizinho, em que o som fica bem baixo e comportado, evitando incomodações no prédio.
O motor V8 Coyote funciona somente com gasolina e tem 5 litros de capacidade. Ou seja: tem o tamanho de 5 motores 1.0. São 488 cv de potência a 7.250 rpm, bem como 57,5 kgfm de torque a 5.000 rpm. Aqui não tem turbo, nem nada: o motor é aspirado, do velho e bom jeito norte-americano.
O interessante é que 80% do torque estão disponíveis já a 2.000 rpm. Em relação ao Mustang Mach 1, que era vendido até o início de 2024, o V8 Coyote tem 5 cv e 0,81 kgfm a mais. O câmbio automático tradicional com conversor de torque tem 10 marchas e um funcionamento impecável. As trocas também podem ser feitas por meio das borboletas atrás do volante.
Consumo de 10 km/l na estrada
Muita gente pergunta: qual é o consumo do Mustang? Durante o nosso teste, dirigindo com tranquilidade na rodovia, o carro fez 10 km/l, número muito bom levando-se em conta tamanho do motor, potência e peso do carro, que é de 1.836 kg. É uma economia maior do que a prometida pela Ford, de 8,3 km/l, segundo o padrão Inmetro. Na cidade, o modelo fez 6 km/l durante o teste, ficando dentro dos 6,2 km/l indicados pelo Inmetro.
E quando o esportivo é levado ao limite, como na pista, quanto faz por litro? Só por curiosidade, zerei a trip 2 para constatar na prática. É nessas horas que o monstro libera todo o seu apetite: ao final de uma manhã de testes, o consumo mostrado no computador de bordo foi de 2,5 km/l. Ou seja: apenas para brincar em 25 km na pista, foram gastos 10 litros de gasolina.
Aceleração de 0 a 100 km/h em 4,3 s
A prova de aceleração é um dos momentos de maior adrenalina. Piso fundo no acelerador e o V8 despeja toda a sua força através das rodas traseiras, que fazem os pneus cantarem alto, mas sem destracionar. O corpo do motorista é jogado com força contra o encosto do banco. O teste prático revelou que o novo Mustang acelera realmente de 0 a 100 km/h em apenas 4,3 s, como divulga a montadora.
Essa cavalaria realmente garante um desempenho de tirar o fôlego! Que patada tem este cavalo, meus amigos, que patada! E com o ronco do motor instigando a acelerar mais e mais! Essa combinação de motor dianteiro com tração traseira é divertidíssima!
Como a reta do Velopark é curta, não foi possível passar dos 200 km/h. A velocidade máxima do Mustang é de 250 km/h, mas só porque é limitada eletronicamente. Se não fosse isso, certamente essa máquina chegaria próximo dos 300 km/h. Alguém duvida?
Suspensão é baixa, mas na medida certa
O Mustang é um carro baixo, mas na medida certa, passando de frente sem raspar pela maioria dos quebra-molas. Como não poderia ser diferente, a suspensão é bastante dura. Porém, no modo Normal, até que entrega um bom nível de conforto no dia a dia. Mas nem longe é um Landau, vale ressaltar. E acho que ninguém realmente esperaria isso de um esportivo raiz.
Nas curvas, o carro tem um comportamento que passa total segurança, muito em função da distribuição de peso equilibrada: 55% na dianteira e 45% na traseira. A suspensão MagneRide tem nova calibragem e faz nada menos que 1.000 leituras por segundo para reduzir a rolagem nas curvas. Traz, também, 4 modos de regulagem e um sistema de detecção de buracos que enrijece o amortecedor em desníveis para reduzir os danos às rodas e aos pneus. Ou seja: um recurso perfeito para as ruas e estradas brasileiras!
Na hora de trocar os pneus, lá se vão mais de R$ 11 mil
E na hora de trocar esses pneus, quanto será que custa cada um? Eu fui atrás e descobri, só por curiosidade. Os originais são da Pirelli e, na concessionária Ford, o dianteiro custa R$ 2.258,45 cada um, enquanto o pneu traseiro sai por R$ 3.335,87 cada. Então, só de pneu, tem R$ 11.188,64 neste carro. É claro que não precisamos trocar nenhum durante o teste, pois todos os 4 pneus aguentaram bem o teste e saíram ilesos.
Cinco modos de condução
Na lateral do volante é possível selecionar um dos 5 modos de condução disponíveis: Normal, Esportivo, Escorregadio, Pista e Pista Drag. Também dá para configurar até seis opções de condução personalizados usando os três modos de direção elétrica, os quatro modos de escapamento e os quatro estilos da suspensão, que prevalecem sobre a seleção automática.
Não é todo dia que a gente tem a oportunidade de andar numa máquina dessas no autódromo, com total segurança. Essa foi a terceira vez que tive a chance de pilotar esta máquina no Velopark. Ao final de uma manhã inesquecível, fica a certeza de que o Mustang evolui a cada geração.
Resumo da Resenha
Potente, refinado e tecnológico, o Mustang traz, nesta 7ª geração, evoluções à altura da sua trajetória como ícone esportivo. Para melhorar o que já é bom, só faltou um teto solar e um head up display, equipamento que projeta no para-prisa informações como a velocidade e rotações do motor.
Agradecimentos: Velopark – Nova Santa Rita (RS)