Para aventuras leves e urbanas: será que a versão automática CVT do Argo Trekking vale a pena?
Faixas laterais e no capô identificam a versão aventureira Trekking, que é 3 cm mais alta que a Drive | Foto: Adair Santos/Carros e Carangas
O câmbio CVT finalmente chegou ao Fiat Argo. E como é o desempenho dessa transmissão automática? E a economia, será que é muito afetada em relação ao câmbio manual? Descubra essas e outras respostas nas impressões ao dirigir.
A versão enviada para teste do Carros e Carangas pela montadora é a topo de linha Argo Trekking 1.3 CVT e custa R$ 97,99 mil, enquanto a Trekking 1.3 manual custa R$ 92,99 mil. No meio deste caminho, está a Drive 1.3 CVT, por R$ 94,39 mil.
O sistema CVT reúne o melhor de dois mundos: o conforto de um câmbio automático com a economia semelhante à de uma transmissão manual. O sedã Cronos ganhou a novidade em julho de 2022. Em janeiro de 2023, passou a ser oferecido também no hatch, aumentando o apelo do carro, que já vendeu mais de 400 mil unidades. Em julho de 2022, o hatch, assim como o sedã, receberam um leve facelift. As novidades ficam por conta do para-choque dianteiro, grade, rodas e calotas.
O Trekking tem um apelo visual muito bacana, com adesivos no capô, laterais e traseira. Sua altura é levemente maior que as demais: 3 cm, totalizando 1,54 m. A altura livre do solo também é 3 cm mais alta, totalizando 18,2 cm. Muito disso deve-se à maior altura dos pneus 205/60 que calçam as rodas em liga-leve aro 15”.
O modelo tem 1,54 m de altura, 3 cm a mais que a versão Drive, muito em parte pela maior altura dos pneus 205/60 que calçam as rodassem liga-leve aro 15”.
Leva vantagem, ainda, nos ângulos de entrada (21°) e saída (33°). No Drive CVT, esses números são de 20,4° e 30,3°, respectivamente. É óbvio que esses diferenciais não tornam o Trekking um 4×4, mas em algum momento ajudarão a evitar que raspe em um obstáculo urbano, como uma saída de garagem, por exemplo.
O Argo tem 4,03 m de comprimento, 2,52 m de entre-eixos e 1,72 m de largura. O espaço para quem viaja atrás é bom.
O exemplar testado está equipado com dois opcionais: a barra transversal de teto, que suporta até 50 kg e custa R$ 851,57, e o suporte de bicicleta, que sai por R$ 1.151,18.
Consumo é contido, para a alegria do bolso
Ao volante, o carro é gostoso de dirigir e tem uma suspensão confortável. A versão testada tem bancos em couro e um apoio de braço central que proporciona ótima ergonomia para longas viagens.
Com gasolina, o modelo faz 12,7 km/l na cidade e 13,9 km/l na estrada, conforme o Inmetro. Com álcool, o consumo urbano é de 8,9 km/l e, o rodoviário, de 10,1 km/l.
Mas como o álcool há muito não compensa no Rio Grande do Sul, o exemplar estava abastecido com gasolina e, durante o nosso teste, facilmente passou dos 15 km/l na estrada. A média geral ao longo de 593,1 km (70% estrada e 30% cidade) foi de excelentes 14,2 km/l.
O câmbio continuamente variável do tipo CVT simula 7 marchas neste sistema da Fiat. Seu funcionamento é suave e sempre aproveita bem o melhor regime de trabalho do motor, garantindo economia em todas as situações – desde que o motorista não pise fundo o tempo todo.
Motor 1.3 gera até 107 cv
O motor Firefly 1.3 de 4 cilindros desenvolve 107 cv com álcool a 6.250 rpm e 98 cv com gasolina a 6.000 rpm, bem como 13,7 kgfm de torque a 4.000 rpm com álcool e 13,2 kgfm a 4.250 rpm com gasolina. Ou seja: a potência máxima está disponível em regimes mais baixos com gasolina, enquanto é o torque que chega mais cedo com álcool.
Mas como o álcool no RS não compensa, é bom lembrar que, durante o teste, tínhamos disponíveis os 98 cv cm gasolina e os 13,7 kgfm de torque, que se mostraram satisfatórios no dia a dia.
Conforme a Fiat, com álcool a versão Trekking acelera de 0 a 100 km/h em 11,8 s e, com gasolina, em 12,8 s. As máximas são de 173 km/h com etanol e 169 km/h com gasolina.
No porta-malas, 300 litros de bagagens
No porta-malas, cabem 300 litros, 220 litros a menos em relação ao sedã Cronos. Em compensação, o motor tem que puxar 26 kg a menos em relação ao Cronos Precision CVT, já que o hatch pesa 1.170 kg.
Resumo da Resenha
O motor não esbanja esportividade, mas também não decepciona no uso diário, recompensando muito bem o bolso do motorista com ótima economia. Em um segmento disputado, que tem fortes concorrentes – como Volkswagen Polo, Chevrolet Onix e Hyundai HB20 –, o Argo CVT representa bom equilíbrio entre custo e benefício.
Mas e quanto à pergunta que não quer calar: como fica a economia em relação à versão Trekking com câmbio manual? Com gasolina, a montadora promete 12,5 km/l na cidade e 14,7 km/l para a versão manual, um pouco melhor que os 12,7 km/l na cidade e 13,9 km/l na estrada da configuração equipada com o CVT. É uma economia irrisória para quem não anda muito e precisa enfrentar engarrafamentos rotineiramente.
Portanto, os R$ 5 mil a mais investidos no câmbio CVT em relação à versão Trekking manual valem cada centavo, pois aumentam o conforto no trânsito pesado do dia a dia e ainda valorizam o carro na hora da revenda.