Jeep Compass Blackhawk Hurricane: confira o teste desta versão irada com 272 cv
A ponteira dupla de escapamento é um indicativo: você está atrás da versão mais nervosa do Compass, a Blackhawk Hurricane, com 272 cv. E a não ser que esteja dirigindo um esportivo, a tendência é que continue atrás deste SUV assim que o motorista pisar forte. Afinal, precisa de apenas 6,3 s para acelerar de 0 a 100 km/h, atingindo a velocidade máxima de 228 km/h. Confira as Impressões ao Dirigir.
O nome da versão mescla o de um pássaro e o de um fenômeno natural, ambos muito rápidos: Black Hawk significa falcão negro e hurricane é a tradução em Iinglês para furacão. A unidade enviada pela montadora para o tradicional teste de uma semana é na cor Sting Gray, um tom de cinza que lembra cimento e confere um ar requintado ao SUV campeão de vendas. Essa configuração também está disponível nas cores preto Carbon, cinza Granite e, olha só que contradição para uma série chamada Blackhawk: no branco Polar. A configuração custa R$ 285,59 mil e fica abaixo apenas da híbrida, vendida por R$ 347,3 mil (leia o teste aqui). Na Blackhawk, são R$ 102,6 mil a mais que a versão de entrada Sport T270, que sai por R$ 182,99 mil.
A Blackhawk chegou junto com a linha 2025, lançada em abril de 2024 e que trouxe como novidades visuais apenas a grade e desenhos das rodas. Em relação aos demais integrantes da família, vem com grade, logos e rodas escurecidas, além de pinças de freios vermelhas. Sob o capô da nova está o novo motor Hurricane, que funciona apenas com gasolina e também equipa a “prima” Rampage R/T. Feito em alumínio, este valente 2.0 de 4 cilindros conta com turbo e injeção direta para gerar os 272 cv a 5.200 rpm, bem como torque de 40,8 kgfm a apenas 3.000 rpm. O ronco é grave e o desempenho agrada de cara, assim como a eficiente calibragem do câmbio automático de 9 marchas. Na hora de abrir o capô, um banho de água fria: um carro deste porte de preço merecia um par de amortecedores no lugar da velha vareta.
O desempenho do Hurricane é muito superior ao das versões equipadas com o propulsor 1.3 T270 Turbo Flex, um 4 cilindros que desenvolve 180 cv com gasolina e 185 cv com álcool a 3.750 rpm, bem como torque de 27,55 kgfm a 1.750 rpm com qualquer um dos combustíveis. Conforme a montadora, com este propulsor, acoplado ao câmbio automático de 6 marchas, o Compass 1.3 T270 Turbo Flex acelera de 0 a 100 km/h em 8,9 s com gasolina e 8,8 s com álcool, atingindo as máximas de 204,5 km/h com gasolina e 207 km/h com etanol. É igualmente um bom desempenho, graças aos 1.504 kg do Sport, 216 kg a menos que os 1.720 kg do Blackhawk.
Outro diferencial da Blackhawk: é possível conferir, no cluster, dados como força G, pressão da turbina e percentual da utilização de potência e torque, por exemplo. Quanto ao consumo, segundo a montadora, o SUV faz 8,3 km/l na cidade e 11 km/l na estrada, números que foram constatados na prática, durante o teste, nas ocasiões em que foi conduzido de forma civilizada, é claro. Pisando forte, o desempenho cai bastante. A título de comparação, o Sport T270 promete, na cidade, 10,5 km/l com gasolina e, na estrada, 12,1 km/l e 8,7 km/l, respectivamente.
Sistema desconecta eixo traseiro para economizar gasolina
O sistema de Tração 4×4 Jeep Active Drive Low tem uma característica interessante: eixo traseiro e unidade de transferência de força (PTU) totalmente desconectáveis, possibilitando alívio na transmissão quando a tração nas quatro rodas não é necessária, gerando economia de combustível. Quando a tração 4×4 é exigida, ela é acionada instantaneamente.
O sistema de tração conta, ainda, com um seletor de terrenos com os modos Auto/Standard (detecta automaticamente a necessidade de acionamento da tração 4×4), Snow (para uso na neve ou grama molhada e Sand/Mud (utilização em areia e lama).
Porta-malas com 476 l
O porta-malas comporta 476 l, volume que aumenta para 1.180 l com os bancos traseiros rebatidos. A abertura e fechamento elétricos ajudam bastante quando o motorista está com as mãos ocupadas por sacolas de compras, por exemplo. Basta passar o pé sob o porta-malas ou apertar duas vezes o botão na chave para abrir e mais duas vezes para fechar automaticamente, manobra sempre sinalizada com um apito intermitente por questões de segurança.
Espaçoso, o Compass tem 4,40 m de comprimento, 2,64 m de entre-eixos, 1,82 m de largura e 1,64 m de altura. São 19,8 cm de altura livre em relação ao solo. Já o ângulo de entrada é de 21,7°, o de saída 28,5° e, o de rampa, 21,2°. No tanque, cabem 55 litros de gasolina. As rodas aro 19” são calçadas com pneus 235/45.
Acabamentos e equipamentos
O interior tem construção caprichada, com materiais agradáveis ao toque – inclusive na parte superior do painel. Além de confortáveis, os bancos em couro suede têm um visual requintado. A central multimídia de 10,1” conta com o Adventure intellingence Plus, a plataforma de serviços conectados da Jeep.
Uma novidade importante na linha 2025, incorporada pela Blackhawk, é que o pacote Adas nível 2 ganha Assistente ativo de direção (ADA), combinação do uso do Lane Centering e do piloto automático adaptativo (ACC), permitindo que o carro faça curvas de forma autônoma em vias sinalizadas enquanto mantém a velocidade pré-definida. Não é um carro autônomo, mas já chega bem perto disso.
Além disso, todos os demais recursos Adas que já eram oferecidos foram recalibrados levando-se em conta as condições gerais das estradas brasileiras. Modelo também traz sistema de Detecção de tráfego traseiro cruzado, Monitoramento de pontos cegos, Park assist com sensor dianteiro e 7 air bags.
Resumo da Resenha
Apesar do preço salgado (R$ 102,6 mil a mais que a versão de entrada Sport T270), a Blackhawk compensa com bom desempenho e completo pacote de equipamentos, incluindo o teto solar elétrico. É um Compass que diferencia o dono em meio à multidão.