
Honda ZR-V: confira equipamentos, consumo e desempenho do SUV derivado do Civic

SUV produzido no México sobre a plataforma do sedã Civic, o Honda ZR-V chegou ao Brasil em outubro de 2023. Posicionado entre o HR-V (preços entre R$ 156,1 mil e R$ 204,2 mil) e o CR-V (R$ 352,9 mil), o modelo é vendido na versão única Touring por R$ 214,5 mil. Será que é um meio-termo que agrada? Confira os pontos fortes e fracos deste SUV nas Impressões ao Dirigir.
O exemplar enviado pela montadora para o tradicional teste de uma semana é na cor azul Aurora perolizado. O design é um pouco diferente dos demais modelos da Honda vendidos atualmente. Grade frontal no formato de colmeia, faróis full LED e linha de cintura alta dão o tom do visual. Rodas em liga-leve aro 17” são calçadas com pneus 215/60.
O cockpit tem visual idêntico ao Civic, com linhas horizontais e bons materiais de acabamento, inclusive na parte superior do painel. O cluster é composto por uma tela TFT digital colorida e personalizável de 7’’ à esquerda e velocímetro analógico à direita, permitindo realizar configurações do Honda Sensing e personalizar informações do veículo.

Ao centro, está a tela do sistema multimídia com tela sensível ao toque de 9’’, que é compatível com Apple CarPlay e Android Auto. Abaixo, há um nicho para carregar o celular por indução. Modelo também oferece quatro portas USB-C (duas na dianteira e duas na traseira) e ainda uma USB-A na dianteira.
Os bancos em couro na cor clara proporcionam ótimo nível de conforto, enquanto o teto solar elétrico confere luminosidade e requinte. Falta, no entanto, saída de ar-condicionado para os passageiros do banco traseiro.
ACC tem ótima calibragem

O ZR-V traz bom nível de equipamentos de assistência à condução. O Honda Sensing utiliza câmera de visão grande angular e um microprocessador de imagem de alta velocidade para abastecer o controle de cruzeiro adaptativo (ACC) – permitindo a manutenção da distância mesmo em baixas velocidades – e o Sistema de frenagem para mitigação de colisão (CMBS). A permanência em faixa (LKAS) é reforçada pelo Sistema para mitigação de evasão de pista (RDM), que detecta a saída da pista e ajusta a direção para evitar possíveis acidentes.
No uso prático, o ACC tem ótima calibragem, transmitindo muita segurança ao motorista. O sistema reconhece, inclusive, veículos de menor massa, como motos, reduzindo a velocidade conforme quem vai à frente.
Completam a lista o farol alto automático (AHB), que muda automaticamente do facho alto para o baixo assim que detecta a presença de um carro vindo em sentido oposto. SUV ainda vem equipado com 8 air bags (frontais, laterais, cortina e joelhos), assistentes de controle de descida (HDC), de partida em aclive (HSA) e de tração e estabilidade (VSA), sistema de luzes de emergência em frenagens severas (ESS), alerta de pressão dos pneus (TPMS), monitor de atenção do motorista e sistema Isofix de fixação de cadeirinha infantil. Cada vez que liga o pisca para a conversão à direita, o LaneWatch (assistente para redução de ponto cego) projeta no multimídia as imagens deste lado do carro para evitar a popular “fechada” no trânsito. Quando é engatada a marcha à ré, entra em ação a câmera de ré multivisão com linhas dinâmicas. Carro ainda conta com sensores de estacionamento dianteiros e traseiros.
Porta-malas leva 389 litros

O bagageiro comporta razoáveis 389 litros. São apenas 35 litros a mais que os 354 litros do HR-V. O volume máximo é menor, inclusive, que a primeira geração do HR-V, com seus 437 litros. Rumo ao acampamento familiar em uma fazenda na gélida cidade de São Francisco de Paula, na Serra Gaúcha, foi preciso colocar malas no espaço do banco do passageiro dianteiro. Porém, com apenas duas pessoas a bordo e os assentos traseiros rebatidos, o espaço aumenta bastante, para 885 litros até a linha inferior dos vidros.

Tampa do porta-malas não tem sistema de abertura elétrico, como o HR-V Touring, algo que destoa em um carro que é posicionado acima do HR-V. SUV tem 4,57 m de comprimento, 2,65 m de entre-eixos, 1,84 m de largura e 1,61 m de altura.
Motor 2.0 de 161 cv

Sob o capô está o 2.0 16V DOHC i-VTEC de 4 cilindros, o mesmo do Civic da 10ª geração, mas que funciona apenas com gasolina. São 161 cv (11 cv a mais do que o Civic) a 6.500 rpm e torque de 19,1 kgfm a 4.200 rpm.
Confiável, este propulsor é aspirado e conta com injeção tradicional multiponto, além de duplo comando no cabeçote com VTEC na admissão e VTC na admissão e no escape. Câmbio CVT permite trocas manuais pelas borboletas atrás do volante.
Ao volante, modelo oferece desempenho adequado ao carro, que é pesado, totalizando 1.446 kg. As acelerações, porém, não têm a mesma emoção do 1.5 turbo do HR-V Touring, com 177 cv (6.000 rpm) e 24,5 kgfm (entre 1.700 rpm e 4.500 rpm) com gasolina ou com álcool. Esse mesmo 2.0 estava disponível na versão topo de linha do Civic anterior – a nova geração usa um powertrain híbrido. Ao volante, fica evidente a ótima dirigibilidade herdada do Civic. Suspensão entrega bons níveis de conforto e de estabilidade, graças também ao sistema traseiro multilink.
De acordo com o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV) do Inmetro, o consumo é de 10,2 km/l na cidade e 12,1 km/l na estrada. O tanque de combustível comporta 53 litros e, aos 394 km, acendeu a luz da reserva. Durante o teste, o modelo fez menos na cidade (9 km/l) e mais do que o prometido na estrada: 16 km/l. Ao longo de 520 km, a média geral (60% estrada e 40% cidade) foi de 9,8 km/l.

Resumo da Resenha
Apesar de ser maior (19 cm a mais no comprimento), o ZR-V tem porta-malas apenas 35 litros maior, comportando razoáveis 389 litros. O desempenho não decepciona, mas também não empolga, e o modelo peca ao não oferecer opção híbrida no Brasil. Apesar desses detalhes, carro agrada pela dirigibilidade, conforto e bom nível de equipamentos.