Honda Civic híbrido tem desempenho esportivo e faz acima de 20 km/l, mas custa R$ 265,9 mil; confira o teste

Baixo, largo e comprido, Civic tem um visual esportivo, contando com rodas diamantadas aro 17’’ calçadas com pneus 215/50 | Foto: Adair Santos/Carros e Carangas

Desempenho equivalente ao de um motor V6 com consumo de carro 1.0. O Honda Civic reúne o melhor de vários mundos, sem castigar o bolso na hora de abastecer. A 11ª geração foi lançada no Brasil em janeiro de 2023, inaugurando powertrain híbrido no sedã, que também já não é mais fabricado no Brasil e chega importado da Tailândia por R$ 265,9 mil. Confira as impressões ao dirigir.

As evoluções do novo Civic em relação à 10ª geração são dantescas. A começar pelo visual, que lembra bastante o do irmão maior, Accord. Baixo, largo e comprido, tem um design esportivo. São apenas 1,43 m de altura, contra 1,80 m de largura e 4,68 m de comprimento. Essa combinação – juntamente com o sistema multilink na traseira e os controles eletrônicos do ESP – proporciona uma estabilidade ímpar mesmo nas curvas mais desafiadoras. E tudo isso sem sacrificar o conforto: a suspensão tem uma calibragem incrivelmente macia, que em nada lembra as gerações anteriores, principalmente o New Civic, de 2006. Sem dúvida, o Civic Híbrido é um dos carros mais confortáveis que já dirigi. Parece uma barca navegando em águas calmas. A dirigibilidade também mudou, mas o carro segue gostoso de pilotar. As belas rodas diamantadas aro 17’’ são calçadas com pneus 215/50.

Motor 2.0 de 4 cilindros a gasolina e 143 cv atua em conjunto com um propulsor elétrico de 184 cv | Foto: Adair Santos/Carros e Carangas

O exemplar enviado pela montadora para o tradicional teste de uma semana é na cor branco Topázio e já estava amaciado, com 31 mil km. Ao pressionar o botão de partida, o silêncio é quase absoluto, pois apenas o motor elétrico com 184 cv e 32,1 kgfm de torque entra em ação, movimentando o carro em velocidades de até 100 km/h. Acima disso, quem assume a tarefa é o 2.0 de 4 cilindros de ciclo Atkinson a gasolina, que conta com injeção direta e gera 143 cv de potência a 6.000 rpm e 19,1 kgfm de torque a 4.500 rpm.

A Honda não divulga potência e torque combinados, mas a transição entre os dois propulsores é silenciosa e quase imperceptível, sinalizada pelo apagar do ícone EV no painel de instrumentos. A tração é dianteira e, com o auxílio da transmissão e-CVT, o sistema híbrido alterna automaticamente três modos de condução: EV Drive (100% elétrico), Hybrid Drive (misto entre elétrico e combustão) e Engine Drive (somente a combustão). O motorista pode apenas selecionar, por meio de uma tecla no console central, os modos Normal, Sport, Eco e Individual. O 2.0 a gasolina também cumpre a função de girar o motor gerador, que supre a demanda de energia elétrica.

A Honda não revela dados de desempenho do modelo, mas estima-se que acelere de 0 a 100 km/h em 7,8 s e atinja 180 km/h. O carro pesa 1.449 kg. No painel de instrumentos digital de 10,2’’, ao invés do tradicional conta-giros há o We Power, que mostra percentuais de potência e recuperação de energia durante as desacelerações.

O resultado prático dessa tecnologia é a economia: mesmo pegando os engarrafamentos pesados do trecho metropolitano da BR-116, o Civic fez 19,4 km/l. Aliás, esse é o seu ‘’chão’’, pois é na cidade que faz as maiores médias, já que o motor elétrico movimenta o carro. Na sinuosa RS-020, estrada que liga Taquara a Porto Alegre, o carro chegou a marcar inacreditáveis 29,2 km/l.  Mesmo com o trânsito intenso de Gravataí, Cachoeirinha e Porto Alegre, o consumo foi de 23,6 km/l ao longo de 80 km. Nos 731 km do teste, fez ótimos 18,1 km/l de média geral. Uma bela surpresa, confirmando e até superando os números oficiais do Inmetro, de 18,3 km/l na cidade e 15,9 km/l na estrada.

O tanque de combustível comporta apenas 40 litros. Seria muito pouco se o carro tivesse apenas o motor a combustão, mas como é híbrido, torna-se adequado. No início do teste, com tanque cheio, o computador de bordo mostrou autonomia de 660 km. A garantia para o carro é de 3 anos sem limite de quilometragem, mas para o sistema híbrido tem limite de 160 mil km ou 8 anos.

Painel de linhas horizontalizadas

No interior, destaque para o painel digital e a central multimídia de 9’’ | Foto: Adair Santos/Carros e Carangas

Por dentro, linhas horizontalizadas compõem o painel. Ao centro, destaque para a central multimídia de 9’’ equipada com Apple Car Play e Android Auto. Só não é totalmente touchscreen porque no canto esquerdo traz um botão físico. Nas manobras em marcha à ré, a tela exibe as imagens da câmera multivisão. Já na troca de faixa, mostra as imagens capturadas pela câmera instalada no retrovisor direito, reduzindo o ponto cego para o condutor. Os bancos em couro perfurado cinza conferem um toque elegante ao interior. 

O pacote de assistência à condução é completo. O Honda Sensing conta com piloto automático adaptativo (ACC), que mantém a distância do veículo que vai à frente mesmo em baixas velocidades. Completam o leque os sistemas de frenagem para mitigação de colisão (CMBS), assistência de permanência em faixa (LKAS), sistema de mitigação de evasão de pista (RDM) e ajuste automático de farol (AHB). Ao todo, são 8 air bags, incluindo as inéditas bolsas de ar na traseira.

Por meio de um aplicativo instalado no smartphone, o myHonda Connect disponibiliza diversas funções, como detecção remota de falha, alarme de segurança, localização do veículo estacionado, rastreamento do carro em movimento e assistência 24 horas. Também permite, remotamente, ligar o motor e o ar-condicionado, travar e destravar portas e acionar buzina e luzes.

As evoluções do novo Civic em relação à 10ª geração são gigantescas, a começar pelo visual | Foto: Adair Santos/Carros e Carangas

Conforto a bordo

Quem viaja atrás vai com muito conforto. O espaço para as pernas é ótimo graças ao entre-eixos de 2,73 m. O banco traseiro rebate para dar acesso ao porta-malas, que leva bons 495 litros.

Resumo da Resenha

Impossível falar de Honda Civic sem lembrar do eterno concorrente Toyota Corolla, que custa R$ 198,89 mil na versão Altis Hybrid equipada com o pacote Premium Pack. O Civic é mais sofisticado e mais equipado que o rival, mas cobra R$ 67 mil a mais por isso.