Fiat Toro: confira desempenho, consumo e equipamentos da versão topo de linha Ranch
Nem tão compacta quanto a Fiat Strada, nem tão grande quanto a Titano: a picape Toro é um meio-termo que agrada em cheio. Venho repetindo isso desde o seu lançamento, em 2016. Sem dúvida é um dos motivos que fizeram o modelo cair no gosto popular: mais de 550 mil unidades já foram fabricadas no polo automotivo de Goiana, em Pernambuco. Porém, passados 9 anos, será que o Toro ainda segue moderno? Confira desempenho, consumo e equipamentos da versão topo de linha Ranch, comercializada por R$ 219,9 mil.
São os 4,94 m de comprimento do Toro facilitam bastante na hora de estacionar, principalmente em vagas de shopping. A título de comparação, a Strada cabine dupla tem 4,48 m de comprimento e, a Titano, 5,33 m. Os 2,98 m de entre-eixos garantem bom espaço para quem vai atrás. Já a largura totaliza 1,84 m e, a altura, 1,68 m. A boa capacidade de bagagem é outro diferencial: são 937 litros, quase o dobro do que oferece o Fiat Cronos, com seus bons 525 litros. Também no quesito caçamba o Toro é um meio-termo entre as irmãs menor e maior: a Strada leva 844 litros e a Titano, 1.314 litros. A capota de lona é um item de série e protege adequadamente as bagagens em relação à chuva, mas inevitavelmente um pouco de poeira acaba se infiltrando ao rodar por estradas de terra.
A bela e estilosa Ultra com motor diesel (leia o teste aqui) foi descontinuada em agosto de 2024, retornando em janeiro de 2025 apenas com o motor Turbo T270 Flex por R$ 194,49 mil. Por isso, em se tratando de motorização diesel, a Ranch está sozinha no topo da gama. Foram duas oportunidades recentes de testar a Ranch: durante 5 dias em Curitiba, capital paranaense, e por uma semana no Rio Grande do Sul. Cada vez que recebo o modelo da montadora, surge uma inexplicável vontade de viajar, seja por rodovias asfaltadas, seja por estradas de chão. A posição alta de dirigir e a direção com assistência elétrica facilitam a vida do motorista. No que diz respeito à estabilidade e conforto, sua construção do tipo monobloco e a suspensão traseira multilink igualam o Toro a um carro de passeio.
Equipamentos
Internamente, os bancos em couro na cor marrom dão o tom da proposta rancheira da versão. Apenas o assento do motorista, porém, traz regulagens elétricas – o do caroneiro, não.
Entre os equipamentos, destaque para carregador de celular sem fio (wireless charger) e ar-condicionado digital dual zone com comando touch screen. A central multimídia 10,1” vertical tem formato de tablet e vem equipada com Apple CarPlay e Android Auto, além de GPS. O painel de instrumentos de 7” é digital e configurável.
Vale reforçar que desde a configuração de entrada Endurance Turbo 270 Flex (vendida por R$ 155,99 mil) o Toro já vem bem equipado de série. Quanto à segurança, modelo conta com 6 air bags, frenagem autônoma de emergência (AEB), aviso de saída de pista (LDW) e comutação automática dos faróis (AHB).
Detalhes cromados
Na linha 2024, a Ranch recebeu nova grade dianteira e também rodas aro 18’’ reestilizadas, calçadas com os pneus off-road na medida 225/65. Luzes de direção full LED e DRL dão o toque extra de modernidade. Santo-antônio e estribos cromados igualmente são itens de série da versão. A barra de proteção do vidro traseiro com novo design agora já não atrapalha como a anterior, que ficava bem ao centro do vidro, na linha de visão, exigindo contorcionismos do motorista cada vez que olhava pelo retrovisor interno.
Motor turbodiesel 2.0 de 170 cv
Sob o capô, o Toro Ranch traz o valente 2.0 16V turbodiesel MultiJet II, que desenvolve 170 cv de potência a 3.750 rpm e 35,7 kgfm de torque a apenas 1.750 rpm. Ou seja: não é necessário pisar fundo para obter bom desempenho. Mesmo com a caçamba cheia de malas e quatro pessoas a bordo, o Toro esbanjou desempenho nas acelerações e ultrapassagens rumo à Serra Gaúcha. Dados da fábrica dão conta de que a versão acelera de 0 a 100 km/h em 11,9 s e atinge 193,5 km/h de velocidade máxima.
Silencioso e suave, o 2.0 turbodiesel é acoplado ao eficiente câmbio automático tradicional com conversor de torque com nada menos que 9 marchas. Como o motor está sempre no regime ideal de funcionamento, a versão torna-se muito econômica. Conforme o Inmetro, o consumo na cidade é de 10,1 km/l e, na estrada, de 12,6 km/l. No dia a dia, porém, faz facilmente 15 km/l na rodovia, andando entre 80 km/h e 100 km/h. Na cidade, a média foi de 10 km/l. Ao longo dos 477 km rodados durante o teste (50% estrada e 50% cidade), a média geral ficou em bons 10,5 km/l.
Resumo da Resenha
Passados quase 10 anos de seu lançamento, o Toro recebeu atualizações visuais e novos equipamentos. Por isso, segue moderno e uma ótima opção de compra. Em um veículo desta faixa de valor, faltou, porém, o piloto automático adaptativo (ACC).