Cirurgia bem-sucedida: além de belo, HB20 turbo é rápido e econômico

Beleza é algo sempre muito subjetivo, principalmente em se tratando de carro. Mas é fato que, quando chegou ao mercado, em 2012, o HB20 tornou-se uma referência no quesito, pelo seu visual bem acertado, “elevando a régua” de exigência no segmento dos hatches. Também é fato que a segunda geração, em 2019, está longe de ser unanimidade, com seu design polêmico. Mas a redenção veio em julho de 2022, com o lançamento da linha 2023: a montadora “recuperou a mão” e o carro novamente cai nas graças do povo. Dito isso, como é o desempenho e a economia da versão topo de linha Platinum Plus, equipada com o motor 1.0 turbo de 3 cilindros? Confira as impressões ao dirigir. ­

Ex-patinho feio: mudanças modernizam o hatch, que na geração anterior teve o design bastante criticado | Foto: Adair Santos/Carros e Carangas

As mudanças mais significativas foram realizadas nas lanternas, que agora são interligadas e marcam presença de um lado a outro na traseira. Esse era um dos pontos mais criticados no modelo anterior. Na dianteira, são novos os faróis, a grade e o para-choque.

A versão topo de linha Platinum Plus enviada pela montadora para teste é vendida por R$ 119,59 mil, mas após os incentivos fiscais anunciados pelo governo, somado ao desconto da loja, durante o mês de junho e enquanto durar o programa de incentivos, está sendo comercializada com desconto de R$ 6 mil, por R$ 113,59 mil.  

Os bancos são estilosos, mesclando couro e tecido. O acabamento do painel superior é em plástico seco, mas a faixa central tem um aplique em alumínio que melhora o aspecto visual da cabine.

Lanternas traseiras têm novo visual e se estendem por toda a largura do carro | Foto: Adair Santos/Carros e Carangas

Assistência à condução

Ao volante, o HB20 turbo é um carro rápido e gostoso de dirigir. Sua suspensão entrega bons níveis de conforto, sem sacrificar a estabilidade nas curvas.

A Platinum Plus traz funções que aumentam a segurança durante a condução, como o Assistente de Centralização em Faixa (LFA), que monitora a posição do veículo em relação às faixas pintadas na pista, atuando de forma autônoma no volante para manter o carro centralizado na pista de rodagem. Caso o motorista tire as mãos do volante por alguns instantes, logo aparece uma mensagem solicitando que volte a comandar a direção.  

Já o Assistente de Tráfego Cruzado Traseiro (RCCA) ajuda a evitar colisões quando o condutor está saindo de uma vaga em marcha à ré. Para isso, usa radares que detectam a aproximação de um veículo, emitindo um aviso sonoro e até mesmo freando o carro, se necessário.

Bancos da versão topo de linha mesclam couro e tecido, compondo uma bela padronagem | Foto: Adair Santos/Carros e Carangas

A configuração topo de linha conta com os seguintes equipamentos:

  • Assistente de Centralização em Faixa (LFA)
  • Assistente de permanência em faixa (LKA)
  • Sistema de alerta e frenagem autônomo (FCA) para carros, pedestres e ciclistas
  • Assistente de ponto cego (BCA)
  • Detector de fadiga (DAW)
  • Farol alto adaptativo (HBA)
  • Assistente de Tráfego Cruzado Traseiro (RCCA)
  • Alerta de Saída Segura (SEW)
  • Alerta de presença no banco traseiro (ROA)
  • 6 air bags
  • Freios ABS com EBD
  • Controles de estabilidade e tração (ESP e TCS)
  • Sinalização de frenagem de emergência (ESS)
  • Assistente de partida em rampa (HAC)

O valente 1.0 turbo desenvolve 120 cv 

Motor é equipado com turbo e injeção direta de combustível | Foto: Adair Santos/Carros e Carangas

Graças ao turbo e à injeção direta, o motor 1.0 de apenas três cilindros é valente e está sempre bem disposto.

O Kappa 1.0 turbo GDI com 12V, dotado de duplo comando no cabeçote e duplo comando de válvula continuamente variável, desenvolve – com álcool ou com gasolina – potência de 120 cv a 6.000 e torque de 17,5 kgfm a apenas 1.500 rpm. Ou seja: já em giros baixos o propulsor oferece força total, o que aumenta o conforto e melhora o consumo, já que o motorista não precisa pisar muito para o carro desenvolver velocidade com rapidez.

O câmbio automático de 6 marchas faz as trocas com suavidade. A manopla tem um visual que lembra a de um câmbio manual.

No cluster, as rotações por minuto (rpm) do motor são exibidas à direita através de numerais, e não como o tradicional ponteiro: 3.0, por exemplo, indica que o motor está a 3.000 rpm. Mas logo o condutor se acostuma.

Aceleração de 0 a 100 km/h em 10,7 s

Conforme a montadora, o modelo automático acelera de 0 a 100 km/h em 10,7 s com álcool ou gasolina e atinge 190 km/h com qualquer um dos combustíveis. Os números da versão equipada com câmbio manual são levemente melhores: 0 a 100 km/h em 9,3 s e 192 km/h de máxima.

A título de comparação, quando equipado com o Kappa 1.0 de três cilindros aspirado (75 cv com gasolina e 80 cv com álcool a 6.000 rpm, bem como torque de 9,4 kgfm/10,2 kgfm a 4.500 rpm), a prova de 0 a 100 km/h é cumprida em 15,4 s com gasolina e 14,5 s com álcool, enquanto as máximas alcançadas são de 158 km/h e 161 km/h, respectivamente.    

Quase 17 km/l durante o teste

Além de seguro, modelo ainda por cima é econômico: durante o teste, abastecido com gasolina, fez facilmente 15 km/l na estrada, chegando a 16,8 km/l.

O consumo oficial é de 14,3 km/l na estrada e 12,2 km/l na cidade com gasolina, conforme o Inmetro. Com álcool – opção que para os gaúchos é economicamente inviável –, o prometido é de 10,2 km/l na estrada e 8,6 km/l na cidade.

Ao longo dos 671,7 km rodados durante o teste, a média geral (70% estrada e 30% cidade) foi de bons 13,6 km/l.

O sistema start-stop colabora para essa economia, ligando e religando o motor automaticamente em semáforos, por exemplo.

Carro cresceu 7,5 cm

Hatch cresceu 7,5 cm em relação à geração anterior e agora tem 4,01 m de comprimento, 2,53 m de entre-eixos, 1,72 m de largura e 1,47 m de altura, pesando 1.110 kg.

No porta-malas, cabem 300 litros de bagagens. Com o banco traseiro rebatido, o volume aumenta para 900 litros. Tanque tem capacidade para 50 litros. As rodas em liga-leve aro 16” com visual esportivo são calçadas com pneus Michelin 195/55.

No porta-malas, cabem 300 litros de bagagens | Foto: Adair Santos/Carros e Carangas

Resumo da Resenha

Rápido e econômico, o HB20 turbo reúne o melhor desses dois mundos. Seu motor é mais potente que o do concorrente direto Chevrolet Onix (1.0 turbo de 3 cilindros com 116 cv de potência e 16,8 kgfm de torque), que no entanto é mais barato, custando R$ 112,89 mil na versão Premier turbo automática, valor que atualmente baixou para para R$ 108,79 mil, como consta no site da montadora.

O HB20, no entanto, leva vantagem ao oferecer maior leque de sistemas de auxílio à condução, a exemplo do Assistente de permanência em faixa (LKA) e do sistema de alerta e frenagem autônomo (FCA) para carros, pedestres e ciclistas, enquanto o Chevrolet traz somente o Assistente de frenagem de urgência (PBA).