Basalt: saiba por que o novo modelo da Citroën é um dos lançamentos mais bacanas de 2024
Um modelo inédito, que acabou de chegar ao mercado, traz consigo muitas expectativas. E elas são ainda mais altas quando referem-se a um carro bastante aguardado, como é o caso do Citroën Basalt. Eis, enfim, o aguardado momento de testá-lo no dia a dia, o que de antemão levanta as seguintes questões: como será a dirigibilidade, desempenho e consumo? Acompanhe as Impressões ao Dirigir.
Produzido em Porto Real (RJ), o Basalt foi lançado em outubro de 2024 e ainda é novidade nas ruas, despertando olhares não apenas de clientes da marca, mas também da concorrência. Os faróis afilados na dianteira lembram bastante os irmãos Aircross e C3, mas as lanternas traseiras são exclusivas, marcadas por um vinco na lateral. O design é caprichado e repleto de detalhes estilísticos. O conjunto da obra confere personalidade única a este SUV/cupê – que na verdade está mais para crossover, assim como o seu primo Fiat Fastback.
Construído sobre a plataforma CMP, tem 4,34 m de comprimento, 2,64 de entre-eixos, 1,82 m de largura e 1,58 m de altura. Essas dimensões também contribuem para criar um ótimo espaço interno, tanto para as pernas quanto para a cabeça de quem vai atrás. O porta-malas é outra grata surpresa, comportando bons 490 litros. Já a altura em relação ao solo é de 18 cm, enquanto o ângulo de entrada totaliza 20,5° e, o de saída, 28°.
A versão enviada para montadora para o tradicional teste – desta vez de 16 dias, durante todo o recesso de final de ano – é a topo de linha Shine na cor azul Cosmo, tabelada em R$ 117,1 mil, mas que no início de janeiro de 2025 é vendida por R$ 105,99 mil. As belas rodas aro 16” diamantadas em liga-leve são calçadas com pneus 205/60 R16.
Acabamentos e equipamentos
O design interno segue o padrão atual da marca. O visual é caprichado, com uma faixa central no tom solar bronze e outra prateada percorrendo o painel central. Porém, tanto o painel quanto revestimentos das portas são em plástico duro, merecendo materiais mais agradáveis ao toque. Na hora de abrir os vidros das portas traseiras, adivinha aonde estão os comandos? Não nas portas, que é o local tradicional, e sim no console central, fazendo com que os passageiros e motorista tenham que esticar o braço para alcançá-los.
Já à primeira vista chamam a atenção o moderno volante – que no entanto tem apenas regulagem de altura, e não de profundidade – e a central multimídia Citroën Connect Touchscreen de 10,25” com Android Auto e Apple Carplay, conectada a 6 alto-falantes. Os comandos do ar-condicionado automático digital têm moldura black piano. A chave é do tipo tradicional – nessa versão, merecia a tecnologia presencial, mais moderna.
Os bancos dessa configuração têm acabamento premium, composto por couro e material sintético, tornando fácil de limpar caso caia café ou alguma outra bebida. Versão também traz sensor de estacionamento traseiro, limitador e controlador de velocidade e assistente de partida em rampa (Hill Assist).
Motor turbo com até 130 cv
Grande “curinga” da Stellantis, o motor Turbo 200 caiu como uma luva em todos os modelos que já testei, desde Fiat Fastback até Peugeot 208 e Citroën C3. No Basalt, não foi diferente: o valente 1.0 de 3 cilindros faz bonito mais uma vez.
Além do turbo, usa injeção direta e o sistema eletrohidráulico Multiair 3 no cabeçote para alcançar potência equivalente à de motor 1.6 e torque compatível com propulsores 2.0 aspirados com 4 cilindros. São 125 cv com gasolina e 130 cv com álcool (ambos a 5.750 rpm), bem como torque de 20,4 kgfm com qualquer um dos combustíveis a apenas 1.750 rpm. Ou seja: como o torque está disponível logo cedo, não é necessário acelerar muito para o carro ganhar velocidade de forma satisfatória. Na estrada, as retomadas agradam pela rapidez. Conforme os números da fábrica, a aceleração de 0 a 100 km/h ocorre em 9,7 s com etanol e em 10,2 s com gasolina. Já a velocidade máxima é de 199 km/h com qualquer um dos combustíveis.
A boa aerodinâmica e o baixo peso do veículo (1.191 kg na Shine) contribuem para a economia. O câmbio CVT com 7 marchas simuladas igualmente favorece o consumo. Com álcool, a montadora promete 8,3 km/l na cidade e 9,6 km/l na estrada e, com gasolina, 11,9 km/l na cidade e 13,7 km/l na rodovia. O exemplar testado estava abastecido com gasolina e fez média de 9 km/l na cidade e 15 km/l na estrada, conforme o computador de bordo. Ao longo de 432 km, a média geral foi de 9,7 km/l (50% cidade e 50% estrada). O tanque de combustível tem 47 litros de capacidade.
Vale ressaltar que todo esse bom desempenho é reservado às versões Shine Turbo e Feel Turbo (R$ 99,99 mil), pois a configuração de entrada Feel (R$ 91,99 mil) é equipada com motor 1.0 Firefly de três cilindros aspirado, com números bem mais modestos: 71 cv com gasolina e 75 cv com álcool, bem como torque de 10 kgfm e 10,5 kgfm, respectivamente. Esse propulsor está acoplado ao câmbio manual de cinco marchas.
Resumo da Resenha
O Basalt é uma grande e grata surpresa, entregando bom desempenho, consumo comedido e bons níveis de conforto, honrando a fama da marca na calibragem de suspensões. É, sem dúvida, um dos carros nacionais mais bonitos, espaçosos e funcionais que foram lançados em 2024. Porém, a ausência de assistentes de condução mais básicos – como o Alerta de mudança involuntária de faixa (LDW) – é algo evidente e que faz falta, principalmente nesta versão topo de linha Shine.