Andamos no novo Ford Territory; confira consumo, desempenho e equipamentos

Tudo novo no SUV da Ford, desde o visual até as dimensões, que cresceram significativamente | Foto: Adair Santos/Carros e Carangas

Confortável e tecnológico, o Ford Territory chegou renovado ao mercado brasileiro no mês de agosto. O modelo é vendido por R$ 209,99 mil na versão única, a topo de linha Titanium, e evoluiu em muitos aspectos. Mas e quanto ao consumo, que era um dos seus pontos fracos, será que também melhorou ou o carro segue beberrão? Confira as impressões ao dirigir. 

O exemplar enviado pela montadora para o tradicional teste de uma semana é na cor azul metálico, que cai muito bem ao SUV. O Territory começou a ser vendido no Brasil em setembro de 2020, com um design que lembrava, em muitos detalhes, o Range Rover Evoque. A nova geração continua sendo fabricada na China, mas seu visual mudou totalmente. A frente é alta e imponente, marcada pelo conjunto óptico divido em duas seções e pela grade de grandes proporções. As lanternas traseiras full LED ampliam a sensação de largura e as rodas aro 19” são calçadas com pneus 235/50. 

Lanternas traseiras ampliam a sensação de largura do Territory e tampa do porta-malas tem abertura e fechamento elétricos | Foto: Adair Santos/Carros e Carangas

Por dentro, seu espaço surpreende. Pessoas altas ou “robustas” viajam com muito conforto. Afinal, são 4,63 m de comprimento, 2,73 m de entre-eixos e 1,71 m de altura. Exceto pela largura, que se manteve em 1,93 m, o modelo cresceu em todas as dimensões, pois a primeira geração tem 4,58 m de comprimento, 2,71 m de entre-eixos e 1,67 m de altura. O porta-malas também ficou maior, passando de 348 litros para 448 litros. Com os bancos rebatidos, esse volume aumenta para 1.422 litros, garante a Ford. O melhor de tudo é que a tampa traseira pode ser aberta e fechada eletricamente, pelo simples toque de um botão na chave ou via comando instalado na porta do motorista, facilitando a vida do motorista sempre que suas mãos estiverem ocupadas com as compras do supermercado, por exemplo.   

Painel e multimídia parecem uma única tela, mas na verdade são duas, cada qual com 12,3” | Foto: Adair Santos/Carros e Carangas

O acabamento evoluiu e conta com materiais de ótima qualidade, como apliques imitando madeira, black piano e emborrachados em dois tons: preto e azul escuro. Logo ao entrar, o que mais chama a atenção é uma tela gigante que começa atrás do volante e se estende até o meio da cabine, cumprindo a função de painel de instrumentos e sistema multimídia. Na verdade, são duas telas de 12,3’’ cada uma, que no entanto dão a impressão de ser uma única peça, totalizando 16 cm de altura e 69 cm de largura. Configuráveis, as telas reforçam o apelo tecnológico do SUV.

No cockpit, bons materiais de acabamento, como couro e painéis emborrachados | Foto: Adair Santos/Carros e Carangas

Porém, o medidor do nível de combustível, localizado no canto direito, é pequeno e não oferece uma visualização muito clara sobre quando o tanque chegou à metade, por exemplo. De qualquer maneira, a autonomia restante é exibida por numerais no painel.   

No console central estão o seletor em formato circular do câmbio automático e os comandos do sistema de som – que eu acabei desligando involuntariamente várias vezes ao encostar o pulso quando estiquei o braço para mexer no ar-condicionado. Os bancos em couro contam, na dianteira, com ajustes elétricos e ventilação. Luz ambiente configurável e teto solar elétrico conferem requinte extra ao modelo.  

Bancos têm ótima ergonomia e teto solar aumenta luminosidade a bordo | Foto: Adair Santos/Carros e Carangas

Tecnologias de assistência à condução

Em termos de tecnologias, o Territory vem de fábrica com assistente de frenagem autônoma com detecção de pedestres, piloto automático adaptativo (ACC) com função stop & go, sensor de ponto cego e alerta e assistente de permanência em faixa. Na hora de fazer a baliza, sensor e assistente de estacionamento aumentam a segurança, bem como câmera 360°, que proporciona uma vista aérea do local, projetando no multimídia imagens que mostram, inclusive, buracos e imperfeições no terreno que podem arranhar rodas ou cortar pneus. Modelo também traz farol alto automático, 6 air bags, controles de tração e estabilidade, além de assistentes de partida em rampa e de descida.

Motor bebe apenas gasolina e rende 169 cv

Torque de 25,51 kgfm já está disponível em apenas 1.500 rpm no propulsor 1.5 EcoBoost | Foto: Adair Santos/Carros e Carangas

É no powertrain que estão as maiores mudanças. O 1.5 de 4 cilindros, equipado com  turbo e injeção direta – que antes gerava 150 cv de potência a 5.300 rpm e 22,9 kgfm de torque a 1.500 rpm – agora desenvolve 169 cv a 5.500 rpm e 25,51 kgfm já disponíveis em apenas 1.500 rpm. O 1.5 EcoBoost bebe apenas gasolina e dá conta com recado no dia a dia, apesar de não empolgar muito nas acelerações acima de 100 km/h. Muito disso deve-se ao seu peso: 2.025 kg – o carro ‘‘engordou’’ 393 kg em relação à primeira geração. Um regime ou uns 50 cavalinhos extras cairiam muito bem ao Territory. Conforme a Ford, a aceleração de 0 a 100 km/h ocorre em 10,3 s e a máxima é limitada em 180 km/h. Em relação à aceleração, o novo Territory ficou mais rápido do que a primeira geração, que cumpria a prova 11,8 s e alcançava os mesmos 180 km/h de final.  

A primeira geração do Territory usava o câmbio CVT com 8 marchas simuladas. Agora, o SUV de tração dianteira utiliza o câmbio automático DCT de dupla embreagem (banhada em óleo) com 7 marchas, que faz as trocas com rapidez e suavidade. São quatro modos de condução: Normal, Serra, Eco e Esportivo.   

O consumo prometido é de 9,5 km/l na cidade e 11,8 km/l na estrada, melhor que o da geração anterior, que fazia 9,2 km/l na cidade e 10 km/l na estrada. Durante o teste, o consumo apontado pelo computador de bordo na cidade foi de 8,3 km/l e, na estrada, 11,5 km/l. Ao longo do trajeto de 693,2 km, composto por 70% estrada e 30% cidade, a média geral apontada foi de 9,8 km/l. O tanque tem capacidade para 60 litros de combustível (8 litros a mais que a geração anterior).

Ao volante, o Territory transmite muita segurança, seja pela posição elevada de dirigir, seja pela construção sólida da carroceria, repleta de aços de alta e ultrarresistência. A suspensão tem calibragem voltada para o conforto e, na traseira, o sistema multilink aumenta a aderência nas curvas. Na hora de parar, entra em ação o sistema a disco nas quatro rodas.

Resumo da Resenha    

O tecnológico Territory é uma opção bastante interessante no segmento de SUVs médios, que tem como principais concorrentes Jeep Compass, Toyota Corolla Cross, Chevrolet Equinox e Volkswagen Taos. Ótimo acabamento e bom espaço a bordo são pontos a favor. Já o consumo (9,5 km/l na cidade e 11,8 km/l na estrada) poderia ser melhor, principalmente pela baixa cilindrada do motor, mas evoluiu em relação à primeira geração e está na média da maioria dos concorrentes.